Cientistas dizem que o Universo pode ser curvo e não plano como se
acredita. A pesquisa da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido,
publicada na revista científica "Physical Review Letters1" usa dados do
projeto Plank da Agência Espacial Europeia (ESA) que indicam que a
temperatura da micro-onda de radiação cósmica flutua mais de um lado do
céu do que de outro (à direita, na ilustração), o que seria um sinal de
que o cosmos é curvo, similar a uma sela de cavalo.
Um estudo conduzido por uma dupla de cosmólogos, nome dado aos
cientistas que se especializam na pesquisa do cosmos, ousa ao contrariar
uma teoria consolidada há décadas: a de que o Universo é plano. De
acordo com pesquisa feita por Andrew Liddle e Marina Cortês, da
Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, toda a existência do que
conhecemos por vida está, na verdade, contida em um ambiente curvo, com
formato convexo, semelhante ao de uma ondulação.
A afirmação dos cientistas é destaque no meio científico e nas páginas da mais recente edição do periódico Physical Review Letters.
Para corroborar sua tese, Liddle e Cortês analisaram evidências
compiladas por um equipamento da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana)
em 2004, que já apontava uma assimetria no Universo.
À época da divulgação dos dados do equipamento, porém, especialistas
duvidaram de sua veracidade, acreditando que um outro equipamento que
viria a ser lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em
inglês) traria dados condizentes com um Universo plano. Entretanto, os
resultados do equipamento da ESA também apontaram para um modelo curvo.
Ao combinar os dados obtidos pela Nasa aos da ESA, os pesquisadores passaram a afirmar que, sim, o Universo é assimétrico.
Segundo o estudo da dupla, a explicação para isso remeteria ao período
que se sucedeu imediatamente após a formação do Big Bang, a grande
"explosão" cósmica que deu origem ao Universo.
Neste momento, o Universo teria se expandido em diferentes magnitudes e
direções em uma fração de segundo, dando origem ao formato curvo que a
dupla alega ter descoberto. Liddle e Cortês se referem a esse período
usando um desdobramento de uma teoria chamada "inflação cósmica".
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