segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

'Aposto dez dólares que em duas semanas eles vãodescobrir o erro', diz o professor de física e astronomia do DarthmouthCollege, nos Estados Unidos

Vejam o que diz o físico Marcelo Gleiser (Texto incompleto): Gleiser: partícula mais rápida que a luz é 'muito improvável' Conhecido por seus livros de divulgação científica, o físico Marcelo Gleiser, professor do Darthmouth College, nos Estados Unidos, recebeu com ceticismo o anúncio feito por cientistas do CERN deque neutrinos haviam superado a velocidade da luz, o que vai contra um dos pilares da física moderna. "Aposto dez dólares que em duas semanas eles vão descobrir o erro", afirmou. Em entrevista ao site de VEJA, ele adiantou os possíveis problemas com o experimento ( veja lista ). Mas não descartou a possibilidade de a experiência estar de fato correta: "Grandes revoluções já aconteceram com pequenas variações." Problemas em potencial com o experimento Marcelo Gleiser explica o que pode ter dado errado com a experiência do CERN Atraso de informação entre os detectores "Apesar da análise ser boa, ela pode ter problemas. A partícula viaja e bate na parede do detector. Ele manda um sinal para um contador que, por sua vez, manda o recado para um computador. Cada um desses processos tem um delay, um atraso. Existe um erro intrínseco. Eles podem achar que previram o erro, mas não é totalmente certo que conseguiram. Em condições ideais, eles tinham que fazer uma verdadeira corrida: apontar um neutrino e um fóton e ver se realmenteo neutrino está chegando mais rápido. Mas não dá para fazer isso porque os neutrinos viajam dentro da terra e os fótons não. A condição ideal nunca vai acontecer. Talvez na Lua, com um detector." Variações na crosta terrestre "No artigo publicado nesta quinta-feira, os cientistas do CERN deixam claro que analisaram variações na crosta terrestre porque a Terra não é estática, e isso gera variações na distância entre os laboratórios. Eles usaram GPS para monitorar como a superfície da terra varia e essa precisão é de cem nanossegundos. Eles estão cientes, por exemplo, que terremotos alteram o eixo da Terra e, consequentemente, poderiam afetar os resultados. Mas pode haver a influência de outras variações na crosta que não ainda entendemos." Incerteza sobre o momento de criação dos neutrinos "O momento em que o neutrino é produzido não é conhecido. Uma família de partículas leva um determinado tempo para se transformar em neutrinos, mas os resultados são estatísticos. Os cientistas usam uma média para descobrir o tempo a partir de quando eles foram criados e enviados até a Itália. Apesar de terem dito que tomaram cuidado, aí também existem possíveis problemas. Por causa do problema de momento de criação, você faz uma projeção estatística do momento da geração e da chegada. Mesmo que eles tenham detectado muitos eventos, é possível que eles sejam raros e não sejam representativos do que está acontecendo."

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